Ás vezes eu canso, sim, canso deste excesso de estado de natureza destes tempos no nosso mundo, onde a barbárie reptiliana se mistura com uma dissimulada humanidade fundamentada na hipocrisia e banalização do mal, onde a ganância, a intolerância, idéias forjadas nas práticas de utopias fundamentadas numa libertinagem pseudo democrática desautoriza o respeito, a ética e os valores em nome de uma aparente liberdade, felicidade consumista, prazeres efêmeros, em nome de que mesmo?
Não significa que com este cansaço, eu apoie o autoritarismo, ou a repressão, não, eu não apoio totalitarismo, nem absolutismo, nem nenhum tipo de prepotência, mas entendo que precisamos encontrar um meio termo de organizar melhor e promover novas formas de pensar e agir com mais equilíbrio e respeito este mundo onde na mesma energia, somos um todo holístico…
Tenho a clara percepção do dualismo a que somos impostos por simplesmente estarmos aqui, nesta terceira dimensão densa, traumática, neste agora que processa uma sofrida transição para novos paradigmas. No entanto, maniqueísmo a parte, a prática pseudo democrática que está sendo aplicada nestes tempos, implica em metodologias libertinas com descontrole e desmonte dos pilares que norteiam fundamentos necessários que embasam a rede de interação e interconexão essenciais para o senso de equilíbrio de comunidades, sociedades, individualidades. Princìpios que se esgarçam e se corrompem diante da ausência do respeito, ausência da ética, da ordem, da decência e da falta de diretrizes educacionais para incluir preceitos e princípios humanos numa percepção holística. Desta forma o que impera no mundo atualmente são valores invertidos, inocência lesada, espetáculos arrepiantes, ultrajantes que demonstram claramente quão distantes estamos do que imaginamos ser : humanidade.
Ás vezes canso sim, suspiro profundamente, e encaro meu ego que me lembra nesta hora que Thomas Hobbes tem razão, “o homem é o lobo do homem”, meditando profundamente neste cansaço, entendo que o lobo do homem, são as suas sombras, e as sombras não passam do medo, e o medo provoca a escuridão e a escuridão somente existe pela ausência da Luz, então imagino que se cada um no mundo iluminar a sua escuridão interior, as sombras perderão força, e o mundo será um mundo de Luz, de respeito, amor e paz… novo paradigma holístico, consciência mutante Eu Sou .
Mariangela Barreto